Astrobaldo não agüentara as pressões sucessivas no dia-a-dia de todos os lados e ainda por cima. Cobranças no trabalho, em casa e até dos amigos, de quem esperava apoio e fortaleza.
Partiria para o mundo, apenas a identidade e alguns trocados no bolso da calça, uma muda de roupas no saco de estopa que usaria à guisa de sacola e pernas na estrada. Por precaução, jogou um pacote de biscoitos e uma garrafa de água mineral junto com a camisa e a calça.
O sol de derreter chumbo ardia o crânio e dentro, não o desanimaria. O cimento das calçadas irradiava o calor pelo solado do tênis, mas não evitaria que seguisse seu rumo à liberdade, à leveza de viver, para longe de tantos problemas que o cercavam e não prometiam diminuir caso se mantivesse estático, amarado, sem tomar uma atitude.
Ao dobrar a primeira esquina um frio subiu-lhe pela espinha, quase fazendo-o travar o passo, mas não cederia, enfrentaria o carrasco que se aproximava.
- Aonde o senhor pensa que vai?
Silencia como resposta.
- Primeiro, vai fazer o dever de casa, depois está liberado para jogar bola com os amiguinhos, tá bom?
Droga! Mais uma vez vencido pelo inimigo. Queria ver se seu pai continuaria mandando assim quando ele fizesse dez anos, só queria ver...
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
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